quarta-feira, 26 de agosto de 2009

UMA TAÇA FEITA DE UM CRANIO HUMANO




Não recues! De mim não foi-se o espírito...

Em mim verás - pobre caveira fria -

Único crânio que, ao invés dos vivos,

Só derrama alegria.



Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte

Arrancaram da terra os ossos meus.

Não me insultes! empina-me!... que a larva

Tem beijos mais sombrios do que os teus.



Mais vale guardar o sumo da parreira

Do que ao verme do chão ser pasto vil;

- Taça - levar dos Deuses a bebida,

Que o pasto do réptil.

Que este vaso, onde o espírito brilhava,

Vá nos outros o espírito acender.




Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro

...Podeis de vinho o encher!



Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,

Quando tu e os teus fordes nos fossos,

Pode do abraço te livrar da terra,



E ébria folgando profanar teus ossos.

E por que não? Se no correr da vida

Tanto mal, tanta dor ai repousa?

É bom fugindo à podridão do lado




Servir na morte enfim p'ra alguma coisa!...



Lord Byron




Um comentário:

Unknown disse...

Muito bom esses versos, são bem marcantes...